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sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Reescrevendo o Roteiro de Sua Vida
”A dor do nosso passado que não é resolvida é dor que estamos condenados a repetir”. Terry Kellogg
Eu sou o Senhor [...] que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração. Êxodo 20:5
Em muitos aspectos, o cérebro humano é um aterro sanitário sofisticado. Composto de mais de 12 bilhões de células nervosas, com a habilidade analítica de uma sala cheia de computadores ultramodernos, o cérebro recebe e armazena todo tipo de informação lançada em seu caminho, tratando a verdade, o lixo e o entretenimento do mesmo jeito.
Os pesquisadores nos dizem, por exemplo, que um adulto comum, nos EUA, é bombardeado por 560 mensagens de propaganda por dia, e o cérebro da pessoa armazena 76 delas. Isso dá um total de mais de 500 slogans, sons e músicas armazenadas a cada semana. Além disso, o adulto comum absorve outras 20 mil a 30 mil palavras por dia de jornais, revistas, livros e da televisão. Essa montanha de bits de informação molda a maneira como vemos a vida.
Entretanto, as milhares de horas de mensagens que recebemos quando estávamos passando pela infância em casa exercem uma influência muito maior sobre nós. Alguns especialistas acreditam que mais de 25 mil horas dessas mensagens maternais estão armazenadas na mente do adulto médio. Juntas, essas mensagens formam o “roteiro da vida” que carregamos da infância para a vida adulta.
O roteiro da vida afeta todos os aspectos de nosso viver: a maneira como vemos a nós mesmos, o parceiro de casamento que escolhemos, o nosso estilo de trabalho, etc... Como homens adultos, um passo importante para conformar-se à imagem de Cristo acontece quando assumimos a responsabilidade de reescrever o roteiro da nossa vida.
Todos nós fomos influenciados pelos roteiros que nos foram entregues por nossos pais, seja para o bem, seja para o mal. Esses roteiros estão armazenados nesse órgão chamado cérebro, como um armazém cheio de lembranças
As Escrituras ensinam que o pecado alcança várias gerações em seu impacto. A passagem de Êxodo 20:5 diz que o pecado de nossos pais nos afeta como filhos “até a terceira e quarta geração”. Todos nós temos um arbítrio e, quando exercemos esse arbítrio para cometer pecado ou para levar adiante nossos comportamentos destrutivos, somos plenamente responsáveis por nossas ações. Contudo, parte de se viver num planeta decaído, mesmo para os mais afortunados entre nós, é ter pais imperfeitos. Muitos de nós carregam uma mala cheia de comportamentos e atitudes do lar, da nossa infância para a nossa vida adulta.
A Bíblia oferece muitos exemplos de como uma geração estabelece os padrões de vida não saudáveis a outra. Muito embora o rei Davi tenha se arrependido de seu adultério com Bate-Seba, seu comportamento sexual reprovável lançou uma sombra sobre a geração que o seguiu. Seu filho Amnon cometeu estupro e seu outro filho, Salomão, colecionou mais de mil mulheres e concubinas estrangeiras, o que minou sua caminhada com Deus. Os dois filhos terminaram sendo derrubados pela obsessão pelo sexo.
O lado sombrio do patriarca Jacó – mentiroso e enganador – foi modelado por seus antepassados. Quando seu avô Abraão temeu que o rei Abimeleque pudesse matá-lo para ficar com ela. Ele mentiu. Disse a Abimeleque que Sara era sua irmã. Deus interveio em um sonho e Abimele que desistiu antes que qualquer dano fosse realizado, mas o triste legado permaneceu: Abraão mentira e abandonara sua esposa para salvar sua própria pele.
Uma geração depois, num cenário igual, Isaque, filho de Abraão, cometeu praticamente a mesma transgressão. Isaque foi com Rebeca para Gerar. Ele também teve medo de que os homens o matassem para ficar com sua esposa. Assim, tirou a poeira da mesma velha mentira que seu pai usara e disse aos homens de Gerar que Rebeca era sua irmã.
Outra geração mais tarde, Jacó, o enganador, nasceu e começou seguindo o roteiro de vida bem conhecido. A triste realidade é que a maioria de nós jura que, quando chegar à vida adulta, não imitará nenhuma qualidade negativa dos pais, mas normalmente é o oposto que acontece.
Alguns homens não gostam de identificar padrões negativos em suas famílias. Para alguns, esse desconforto vem da necessidade de idealizar seus pais e avós. Eles temem que o fato de admitir a imperfeição dos pais os desonram.
O arrependimento bíblico envolve contar a verdade sobre nossas fraquezas, o que inevitavelmente inclui dizer a verdade sobre nosso passado. No Antigo Testamento, quando o sacerdote Esdras liderou os filhos de Israel por meio de um processo de arrependimento nacional em conexão com seu retorno do exílio na Babilônia a Israel, ele os fez confessar não apenas seus próprios pecados, mas também “a maldade dos seus antepassados”.
Isso lembra a resposta de arrependimento de Isaías que se seguiu à impressionante visão que ele teve da santidade de Deus. “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de impuros lábios”. É simplesmente impossível falar de uma maneira adequada sobre nosso próprio comportamento sem reconhecer o contexto social e familiar no qual aprendemos esse comportamento. Muitos dos hábitos e atitudes que nos dão mais trabalho possuem gerações de impulso e modelo por trás deles.
Quando Deus nos deu o mandamento para honrar nossos pais não estava nos dizendo para que mentíssemos em relação a eles, nem que fingíssemos que eles não tinham falhas. Honrar nossos pais envolve representá-los de maneira justa, apresentando uma visão equilibrada que inclui tanto os traços bons quanto os ruins.
Por outro lado, se desonramos nossos pais quando os difamamos ou falamos deles com malícia e sentimos amargura em relação a eles, é fácil falar de maneira a desonrá-los. Mas, se os perdoarmos e fizermos as pazes com quem eles são, podemos dizer a verdade sem desonrá-los.
O arrependimento começa quando vemos nosso pecado claramente e, então, assumimos a responsabilidade por ele. Em sua carta, Tiago usa a imagem de um espelho para explicar como evitamos a mudança de caráter.
“Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho, e depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência”. Tiago 1:23,24
Ap Ailton Guimarães
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